"Lilith foi criada por Deus, feita da mesma substância de Adão, foi moldada a partir do barro, à noite, tão bonita e interessante, que logo criou problemas com Adão. Inteira em sua sexualidade, não queria submeter-se a ninguém, mas sim, ser companheira para compartilhar e gozar o sexo. Adão não se conformava com o fato de que Lilith quisesse participar do ato sexual de forma ativa, invertendo as posições e colocando-se, também, por cima dele na hora do sexo. Depois de desafiar a Adão e ao próprio Deus, foi expulsa (na verdade fugiu, encoberta pela noite) do paraíso (início do patriarcado). Lilith além de igualdade sexual exigia, também, o poder do conhecimento, e vendo que seus desejos não seriam atendidos, partiu para o Éter.
Depois de rebelar-se, Lilith é recriada a partir de excrementos, condenada a viver no Mar Vermelho, onde habitam os demônios e espíritos malignos, segundo a tradição hebraica. Torna-se noiva do senhor das forças do mal. Para compensar a dor de Adão, Deus cria Eva de acordo com as exigências da sociedade patriarcal. Diz-se que Lilith surpreende os homens durante o sono seduzindo-os com sua lascividade demoníaca, causando-lhes orgasmos demolidores, e que quando um homem é infiel à esposa que lhe foi destinada pelo céu, Deus retoma a esposa legítima e santa, entregando o homem aos beijos de Nahemah, irmã de Lilith (que triste castigo, não é mesmo?). Podemos analisar este ponto e perceber, que a traição masculina serve-se do mito para encontrar justificativas, que o redimam de sua culpabilidade, permitindo-lhe, também, que viva sua paixão demoníaca, até que volte aos braços de sua "santa esposa". Tudo muito bem estruturado para manter um casamento sexualmente pobre, quando não, brutal, criando mulheres sexualmente muito reprimidas para buscarem prazeres em outros braços, que não de seus maridos, garantindo-lhes, assim, a legitimidade de sua prole.
Seitas demoníacas apropriam-se de Lilith, e com isso dão continuidade ao controle da sexualidade feminina, transformando-o em tabu; leis do "Bem" ou do "Mal", tirando-nos o controle de nosso prazer. Felizmente, cresce a cada dia o número de mulheres que ignoram regras repressoras e mergulham em busca do conhecimento e felicidade de serem inteiras no seu gozo instintivo, abrindo uma porta à espiritualidade através do sexo"
Fonte: Joyce Mobley (resenet.com.br/psi_primeiramulher)
E tudo começou com Lilith... Errada ou não, ela apenas lutou pelo seus desejos, pelo que sentia. Se ela ia sofrer depois não importava, o que importava mesmo era não aceitar aquilo que a incomodava. Tenho um pouco de Lilith em mim... na verdade todas as mulheres tem um pouco dela, memso que seja bem profundamente...Só falta descobrir onde ela se escondeu.