Amor, controle, amor...

"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome...

O sentimento mais grandioso, o mais desejado e o mais difícil de entender, é o amor. Não o deciframos muito bem, mas o desejamos intensamente todos nossos dias. Uns sabem lidar com ele, já aprenderam algumas coisas importante para manuseá-lo, outros não tem a capacidade de usá-lo em beneficio seu e do outro. O amor pode cuidar e machucar, porque ele tem o poder sobre as pessoas. Agora imaginem o quão louco é o amor entre duas pessoas que se conectam por um instante e começam a trabalhar no mantenimento dessa conexão. Já foi. Agora estar separados é estar incompletos, porque depois que se encontra a tão famosa metade da laranja, não se quer perdê-la jamais. Aí, começam a sentir vontades de estar sempre juntos. De se falar todo dia. De fazer as refeições ao seu lado. De sentir o beijo, o abraço, o carinho antes de dormir e quando acordar. Querem sorrir do amor e com o amor. Querem compartilhar tudo. E definitivamente seu amor é a coisa mais linda desse mundo. É... o amor é cego, surdo, mudo. Agora é controle total de sua vida. Você perde o comando e não decide mais nada sozinha. Por isso há que se prestar atenção para quem vai dar a chave desse controle. Além de quê você deve saber bem o que você quer que seja controlado e mudado, porque é certo como dois mais dois são quatro que vivendo um amor, se perde, se ganha, se muda, se entrega e se recebe. Mas enfim... é o amor... e isso não se explica.

...O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.” (João Cabral de Melo Neto)